O corpo doente é o discurso
singular de um drama pessoal, que se configura num declínio da condição de saúde,
mas, por outro lado, é o discurso da esperança de fazê-lo, o próprio corpo,
regressar à condição de saúde (o sintoma da doença é a ambiguidade do discurso
corporal). Nesta direção, a esperança do corpo doente é poder realizar a remissão,
isto é, poder dirigir ou redirecionar o discurso para as outras dimensões da
vida; afastado e afastando-se da dor. Esta afirmação permite, então, refletir e desvelar o sentido mais amplo do conceito de remissão da doença. De outro modo, o corpo doente é
aquele subtraído, pelo sofrimento, das múltiplas faces de seu modo ocupacional
de ser e a sua caricatura, a anatomia patológica, é a sua versão sem voz, sem discurso
(corporeidade).
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